março 20, 2012

Margareth Menezes

Margareth Menezes (Salvador, 13 de outubro de 1962) é uma cantora, compositora, produtora, atriz e empresária brasileira ganhadora de dois troféus Caymmi, dois troféus Imprensa, quatro troféus Dodô e Osmar, além de ser indicada para o GRAMMY Awards e GRAMMY Latino. Conhecida por interpretar a canção "Dandalunda", a cantora soma 21 turnês mundiais, e é considerada pelo jornal estadunidense Los Angeles Times, como a "Aretha Franklin brasileira". Ainda pequena, Margareth, começou a cantar no coral da igreja local e, após conhecer Silas Henrique inicia sua carreira artísticas, inicialmente como atriz, ganhando em 1985, o prêmio de "melhor intérprete", em "Banho de Luz". Posteriormente, a cantora começou a se envolver com a música, apresentando-se em bares da cidade, até que é ovacionada por um público de 1 500 pessoas pessoas, ao lado da Orquestra do maestro Vivaldo da Conceição. Em 1987, grava o seu primeiro single, lançado como LP, ao lado de Djalma de Oliveira, "Faraó (Divindade do Egito)", vendendo mais de 100 mil cópias. Após isso, Menezes deu início a sua carreira bem-sucedida, lançando quatorze álbuns, sendo que dois desses, Ellegibô e Kindala, alcançaram o topo da Billboard Word Albums, enquanto Pra Você e Brasileira Ao Vivo: Uma Homenagem Ao Samba-Reggae, receberam indicações ao GRAMMY Latino e GRAMMY Awards, respectivamente.
Menezes lançou recentemente Naturalmente Acústico, álbum que mostra um lado mais pop da cantora. Ela ainda lidera o movimento "Afropop Brasileiro", que visa preservar e promover a cultura afro-brasileira, e criou a "Fábrica Cultural", uma organização não-governamental que ajuda crianças e adolescentes carentes. Todos os anos, a cantora leva sua trio elétrico, um dos mais tradicionais, às ruas de Salvador. Menezes nasceu em Boa Viagem, região pobre de Salvador. Filha de Dona Diva, uma costureira e doceira, que veio da Ilha de Maré, e Adelício Soares da Purificação, motorista, falecido em maio de 2009, é a mais velha de cinco irmãos e, em 1977, aos quinze anos, ganhou uma guitarra e começou a cantar no coral da Igreja da Congregação Mariana da Boa Viagem, em Salvador.
Morava na península Itapagipana e, desde pequena, foi cercada pelo conjunto histórico da cidade de Salvador, como Igreja de Nosso Senhor do Bonfim, e recebeu forte influência artística da própria família, pois, a mãe gostava muito de samba de roda e, os eventos na Ilha da Maré eram realizados na casa da avó da cantora, que desempenhava um papel de "produtora cultural". Em 1980, a cantora conheceu o músico e compositor Silas Henrique, com quem iniciou sua carreira de atriz, apresentando-se com a peça "Ser ou Não Ser Gente", no Teatro Vila Velha, em Salvador. No ano seguinte, estreia a peça "Máscaras", de Menotti Del Picchia, sob a direção de Reinaldo Nunes. Posteriormente, atua na peça do teatrólogo russo Nikolai Gogol, "Inspetor Geral", que contou com a direção de Paulo Conde e a participação do grupo "Troca de Segredos em Geral" e ficou um ano em cartaz. Três anos depois, o grupo teatral, ao lado de Menezes, montou uma lona de circo na Praia de Ondina, esse espaço cultural ficou conhecido como circo "Troca de Segredos". O local abrigou apresentação de peças teatrais, adultos e infantis, além de receber apresentação de grupos musicais dos mais diversos gêneros. Paralelamente a sua carreira de atriz, Margareth Menezes, começa a se apresentar em bares da cidade, sem pretenções de se tornar uma grande cantora. Ao lado da Orquestra do maestro Vivaldo da Conceição, apresentou-se para um público de 1 500 pessoas, sendo ovacionada pela primeira vez. É então, que passa a se apresentar, ao lado de Silas Henrique, nos "Centros Sociais Urbanos", espaço onde as comunidades participam de ações socioeducativas e projetos de fortalecimento da cidadania e desenvolvimento social. Margareth Menezes participou da elaboração e idealização da peça "O Menino Maluquinho", de Ziraldo. A atriz ficou responsável por operar o som e por gerenciar a técnica vocal. Isso, deu à baiana mais intimidade com a música, fazendo com que ela recebesse o convite para se apresentar em São Paulo com a peça "Colagens e Bobagens", em 1985. "Banho de Luz", foi o primeiro espetáculo solo de Margareth Menezes, que também participou da produção e direção, ao lado de Silas Henrique; a façanha rendeu um Troféu Caymmi de "melhor intérprete" para Margareth Menezes. Em 1987, "Beijo de Flor", recebeu um Troféu Caymmi de "melhor show do ano".
Após o lançamento de seu primeiro single, Margareth Menezes assinou um contrato com a gravadora PolyGram do Brasil, que lança seu primeiro álbum auto-intitulado, em novembro de 1988. O registro fonográfico rendeu dois troféus Imprensa de "melhor disco" e "melhor cantora", contando com uma turnê que percorreu o Brasil e a Argentina, onde Margareth já havia se apresentou anteriormente. A canção "Elegibô (Uma História de Ifá)", de Rey Zulu e Ythamar Tropicália, se tornou uma das principais canções do álbum e, da carreira da cantora, sendo que posteriormente, Menezes lançou um álbum intitulado Ellegibô. Em 1989, dá início à criação e desenvolvimento de seu segundo álbum, Um Canto Pra Subir. Enquanto isso, a baiana apresenta-se ao lado de Gilberto Gil e Dominguinhos, em uma série de espetáculos através do projeto "Bast Chrome Music", dirigido por Milton Nascimento e por Gil. Por volta de 1990, Menezes assina um contrato com a gravadora estadunidense Mango/Island Records, com o objetivo de lançar um álbum nos Estados Unidos, Canadá e México, onde já havia se apresentado com certa regularidade, sendo convidada por David Byrne, líder do grupo Talking Heads, para fazer o espetáculo de abertura de sua turnê mundial, além de fazer participações especiais. No Brasil, a cantora lança Um Canto Pra Subir, que contou com a produção e arranjos de Ramiro Musotto e Pedro Giorlandinni. A canção "Ifá (Um Canto Pra Subir)", foi destaque do álbum, sendo que foi dessa faixa que retirou-se o nome do álbum. Menezes já se apresentou ao lado de grandes cantores brasileiros e internacionais como Marisa Monte, Carlinhos Brown, Jimmy Cliff e entre outros. A convite do diretor cinematrográfico estadunidense Zalman King, a cantora fez parte da trilha sonora do filme Orquídea Selvagem, estrelada por Mickey Rourke e Jacqueline Bisset. Enquanto que, no Brasil, ela grava o videoclipe de "Ifá (Um Canto Pra Subir)", para o programa "Fantástico", da Rede Globo, voltando, posteriormente, a continuar sua turnê pela América do Sul, América do Norte, sul dos Estados Unidos, Finlândia e Rússia (na época União Soviética), ao lado de David Byrne. Depois de percorrer o mundo em turnês, solos ou ao lado de David Byrne, Menezes "estacionou-se" no Brasil para dar início a produção de mais um álbum. Luz Dourada, chegou às lojas do Brasil em 1993, através da PolyGram, e levou a cantora para a Inglaterra, Itália e Argentina, com uma turnê diferente das demais, agora, Menezes apresentava um espetáculo mais acústico, contando apenas com um violão e uma percussão. Com o fim do contrato com a gravadora, a baiana continuou a realizar espetáculos pelo país, além de apresentar-se no tradicional Carnaval na Bahia, em seu próprio trio elétrico. O álbum, Luz Dourada, vendeu mais de duas mil cópias em apenas dois meses de lançamento na Suíça. Rapidamente, foi contrata pela Continental e, lança o álbum Gente de Festa, que conta com a participação de Maria Bethânia e Caetano Veloso. Através de sua produtora, "MM Produções Artísticas", a cantora realiza mais uma turnê internacional que a levou para a Europa, mas, a fez regressar ao Brasil devido ao carnaval. O trio elétrico de Menezes fora projetado por Bel Barbosa artista plástico baiano, exclusivamente para a apresentação. Todos os anos, a baiana é destaque no carnaval de Salvador, tendo comandado, além de seu próprio trio, inúmeros outros blocos, como o "Bloco da Cidade", idealizado pela prefeitura de Salvador em homenagem ao artista Jorge Amado, que ao lado de Gilberto Gil e Caetano Veloso, marcaram grande momento do Carnaval de 1996. Menezes apresentou-se no "Bahia com H", recebendo vários artistas nacionais e internacionais, como, Jimmy Page e Ron Wood, que vieram ao Brasil prestigiar a cantora. Em 1997, Margareth participou do "Ópera Lídia de Oxum", evento ao ar livre dirigido pelo autor, poeta e letrista Ildásio Tavares, que contou com a presença de 20 mil pessoas. Ao lado de Caetano Veloso, Gilberto Gil, Tom Zé, Gal Costa, Daniela Mercury, Araketu, entre outros intérpretes e bandas, lança a coletânea Tropicália: 30 anos, onde gravou "Domingo no Parque", de Gil. No ano seguinte, ela produz a "Noite MPB", uma série de apresentações de artistas brasileiros e, no mesmo ano, inicia mais uma turnê internacional passando por doze países. A convite de Gil, Menezes participa do "Festival Percurssivo Perc Pan", em 2000, onde canta, pela primeira vez, ao lado de Ivete Sangalo e Daniela Mercury.
Durante cinco anos, a cantora esteve sem gravadora, foi então, que resolveu criar seu próprio selo, "Estrela do Mar" e sob a produção de Carlinhos Brown e Alê Siqueira, é lançado o álbum Afropopbrasileiro. Ele conta com onze faixas, entre elas uma das principais canções da carreira de Margareth Menezes, "Dandalunda", que fora composta por Brown e considerada a melhor música do carnaval de 2001, rendeu à cantora um Troféu Dodô e Osmar, em 2003, de "melhor música" e de "melhor cantora do carnaval baiano do ano". O projeto ainda contou com a participação de Lenine e composições de Zeca Baleiro, Paulo César Pinheiro e da própria Margareth. Ainda em 2001, a cantora participa do álbum dos Tribalistas, interpretando a canção "Passe em Casa", de sua autoria em parceria com Marisa Monte, Carlinhos Brown e Arnaldo Antunes[5]. A coletânea Do Lundo ao Axé: 100 Anos de Música Baiana, contou com a participação de Menezes e de diversoso nomes da música baiana, como Gilberto Gil, Edil Pacheco, Paulinho Boca de Cantor e Carlinhos Brown, por exemplo. Ao lado do bloco-afro Ilê Aiyê, participou do encerramento da "VI Festival do Mercado Cultural da Bahia", apresentando "Missa do Rosário dos Pretos". Participou do documentário sobre o samba, "Moro no Brasil", dirigido pelo cineasta finlandês, Mika Kaurismaki. No iníco de 2002, a cantora viaja ao Timor-Leste e se apresenta em uma festival nacional de comemoração de independência do país. De volta ao Brasil, é jurada do "Prêmio Sharp", e inicia a parte de idealização de seu novo álbum, que seria lançado pela "Estrelha do Mar".
No ano seguinte, ela organizou o "Margareth Menezes Convida", um espetáculo no Canecão, Rio de Janeiro, onde recebeu as cantoras Alcione, Elba Ramalho, Ivete Sangalo e Sandra de Sá. Além disso, Menezes foi convidada para cantar ao lado de Gilberto Gil, Alcione e Toni Garrido, no Centro Cultural da Rocinha, para o lançamento do espaço. No exterior, ocorreu o lançamento de uma caixa com cinco álbuns, We Are Bahia: We Are the World of Carnaval, contendo vinte anos de axé. Margareth participou do projeto, com "Elegibô". Tete a Tete Margareth, foi lançado, sendo o primeiro álbum ao vivo da cantora, e entre os convidados estavam Carlinhos Brown e a banda Cidade Negra. O DVD foi gravado na Concha Acústica do Teatro Castro Alves, em Salvador e, reuniu mais de onze mil pessoas. O jornal Los Angeles Times, publicou uma crítica do álbum, dizendo que o evento era uma "noite brasileira em Hollywood Bowl". Mas, foi após o lançamento do Ao Vivo no Festival de Verão de Salvador, em 2004, que contou com a participação da bateria da Mangueira e de Alcione, que Margareth foi consagrada a "Aretha Franklin brasileira", pelo jornal. O álbum ainda recebeu ótimas críticas dos periódicos The New York Times e Washington Post, nos Estados Unidos, e Le Monde, na França. O DVD vendeu mais de cinquenta mil cópias e, recebeu disco de ouro no Brasil.

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